sábado, fevereiro 25, 2006

O País e o Mundo...em constante mudança!

Nos dias que correm já não há lugar para valores tradicionais e conservadores que, um dia no antigamente, serviam de norma e modelo para toda a sociedade. Os novos valores assaltaram as nossas vidas e vieram para ficar.
Em exposição aberta às turmas de Comunicação Social, da variante Digital e Interactiva, o Doutor Rui ofereceu-nos uma panóplia de temas que nos fizeram pensar a vida e a sociedade em que estamos inseridos. É caso para dizer, vivemos numa sociedade em que predomina o consumo, a ideia do novo, do que é belo e que dá mais prazer, ou seja, vemos "o consumo como espelho do que somos".
O Doutor Rui Marques apresentou-nos um "Mundo em Mudança", onde conceitos como, velocidade, ciclos curtos, império do novo, abundância e diversidade, prazer, interactividade, mobilidade, desmaterialização, pós-figurativismo e era do feminismo, são a máxima dos nossos dias.
Na sociedade dos novos valores, ou seja, na sociedade dos dias que correm, a velocidade é a máxima a atingir cada vez mais depressa. Não há tempo a perder e a impaciência surge como regra. Um bom exemplo publicitário para este valor é, por exemplo, o anúncio da TMN, "A TMN está a dar sms à borla!", onde o mais importante é passar a mensagem o mais rápido possível. A concorrência é de tal ordem assumida que a operadora chega a dar sms à borla a todos os clientes TMN e quanto mais depressa o fizer, mais rapidamente conquista os seus objectivos, ou seja, mais dinheiro, mais clientes, melhor fidelização do público.
Por outro lado, falamos muito em ciclos curtos, isto é, nada dura muito, tudo é cada vez mais curto em termos de tempo. Vivemos na era do descartável em que a infidelidade surge como regra de consumo. Um bom exemplo para este valor são todos os anúncios de telemóveis. Apesar de apelarem à interactividade, mobilidade e interacção, não deixam de ser ciclos curtos uma vez que os telemóveis estão sempre a ficar "fora de moda". Isto significa que num dia temos um e na semana seguinte já sai um novo, muito melhor e que, como é óbvio e de acordo com a lógica do marketing, queremos ter!
Como principal causa e consequência da velocidade e dos ciclos curtos, temos o valor do Império do Novo. Aqui reina o mercado da inovação, de tudo aquilo que surge de novo no mercado, na sociedade. Não há lugar para valores perenes e imutáveis mas sim, para o novo!
Como exemplificador deste valor, escolhi o anúncio da Optimus, onde o cliente está no seu carro e recebe o e-mail como se estivesse em casa. Neste caso, temos um aparelho que nos permite aceder ao e-mail, onde quer que estejamos e cada vez menos faz sentido um computador ligado à rede. Para quê ir a casa ou ao escritório ver o e-mail se pudemos comprar um aparelho que nos permita aceder a esse serviço de qualquer lugar?
Abundância e Diversidade são dois outros valores que nos fazem pensar nesta mudança de que somos alvos hoje em dia. Cada vez mais observamos na televisão, nos jornais, em spots publicitários e na internet, anúncios a telemóveis, carros, ligações de internet, entre outros. Isto só nos mostra que a sociedade em que vivemos é de abundância e diversidade e já não há lugar para a escolha, uma vez que somos "bombardeados" todos os dias com milhares de informações novas.
"Era do novo" não significa que alguns valores não perdurem e exemplo disso é o prazer. O facto de vivermos numa sociedade mais moderna não invalida que não exista prazer como antigamente. Os anúncios de hoje apelam quase todos ao prazer. Afinal, somos alvos fáceis da publicidade e temos prazer em obter quase tudo o que nos é exposto. Desta forma, parece-me útil escolher um anúncio da Adagio dos iogurtes. O anúncio não é actual mas mostra muito bem que é possível levitar e sentir prazer com um iogurte com menos calorias, A sociedade exige-nos um comportamento mais "light" mas é possível viver bem..."Heaven...I'm in heaven!".
Por outro lado, como falar de novos valores sem falar de interactividade. Hoje encontramo-nos em constante interactividade com o mundo e os outros. As novas tecnologias possibilitam uma interacção entre o mundo e as pessoas, nunca antes vista. Um bom anúncio para este valor será talvez, o da Optimus em que os namorados ficavam separados por uma porta mas a video-chamada possibilitava uma interactividade entre eles que antes não acontecia.
Finalmente e não podendo abordar todos os pontos, decidi debruçar-me sobre a Era do Feminismo, que hoje está bem presente na sociedade em que vivemos. A mulher não se limita a viver "pendurada" no Homem, não depende dele como antigamente, tem uma vida, uma independência e uma personalidade cada vez mais vincadas. Quanto a anúncios, difícil será escolher, uma vez que a maior parte da publicidade que nos "bombardeia" todos os dias é alusiva à mulheres. Assim, foco-me talvez no anúncio da Matinal, "Se eu não gostar de mim, quem gostará?", onde a mulher se preocupa com o seu corpo, com a sua imagem e decide cuidar de si. Outra possibilidade será o anúncio da Danone, "Corpos Danone, corpos sãos!", nada como cuidar o corpo para ser saudável. Os anúncios dos cremes contra as rugas, sim aquelas que sempre existiram e que as mulheres temiam e temem são o combate de todas as mulheres dos nossos dias. O anúncio da Garnier Lift anti-rugas, é um bom exemplo, uma vez que antes a mulher surge com um ar triste e pesado e passados sessenta minutos da aplicação do creme milagroso, já se notam melhoras que se tornam ainda mais evidentes passados quize dias. A felicidade da mulher no combate contra as suas maiores inimigas é bem evidente no parte final do anúncio, em que o sorriso é a maior conquista! A comparação óbvia da mulher e do cão, traduzem o medo que a mulher sente das rugas que vão surgindo com o passar dos anos. Todos estes anúncios mostram uma mulher segura de si, o que vem em consequência da era do feminismo que vivemos cada vez mais. A ascensão da mulher é algo que nos faz pensar e repensar a sociedade em que vivemos. A mulher preocupa-se cada vez mais com a sua imagem e com o seu bem-estar e antes, isto não acontecia com tanta frequência.
Concluo com uma breve síntese daquilo que me parece ser um mundo em constante mudança. Penso que a mudança não é de ontem para hoje mas, de hoje para amanhã e para depois de amanhã. Os novos valores que emergem, fazem-nos repensar a sociedade em que estamos imersos e temos que nos interessar por tudo e estar a par de todos as evoluções para conseguirmos viver nela.
A tecnologia veio para ficar, os novos valores chegaram e querem continuar connosco. Resta-nos aceitar e pensar se esta sociedade em que vivemos, a sociedade que nos é transmitida pela televisão é realidade ou pura fachada. Haverá uma mulher Matinal? É possível interagir por uma simples video-chamada? Importa assim tanto ter um telemóvel de terceira geração? Somos saudáveis como parece nos anúncios Actimel, Danacol, Danone ou Activia?
Vale a pena pensar nisto!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A cadeira de Sociologia da Cultura

Bom dia!
Ainda agora voltei de Barcelona, onde estive a fazer Erasmus, por isso não sei muito bem o que dizer.
Vou ter hoje a primeira aula de Sociologia da Cultura mas, pelo que ouvi das minhas colegas, parece-me que a cadeira é muito interessante e este sistema de escrever no blog e por aqui ser avaliada, agrada-me particularmente. Acho que vale a pena investir nas novas tecnologias e aproveitá-las no ensino com os alunos.
Para a semana espero já ter mais para escrever.