terça-feira, maio 09, 2006

À espera de Bolonha...


“O Processo de Bolonha corresponde ao propósito da construção do Espaço Europeu do Ensino Superior, coeso, competitivo e atractivo para docentes e alunos europeus de países terceiros. O Processo de Bolonha visa a construção de um Espaço Europeu do Ensino Superior que promova a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de diplomados.”[1]

Qualquer estudante ou docente que se interesse por questões educativas, está hoje em dia a par do Processo de Bolonha.

Positivo? Negativo?

A verdade é que não há muitos entusiastas e as notícias que correm dão-nos conta de protestos estudantis espalhados um pouco por todo o país. Os estudantes não concordam com a redução dos seus cursos de cinco ou quatro anos, para três apenas. A maioria dos estudantes não concordam com “Bolonha” e imaginam que a “qualidade das licenciaturas só perderá com tamanha redução”, como referiu o estudante Miguel d’Almeida que não deixa de notificar aspectos positivos, como por exemplo, “uma melhor comunicação com outros países.”

Não sendo este um exemplo único, muitos jornais têm noticiado a constestação dos estudantes contra o processo de Bolonha, como referiu o "Jornal de Notícias", na sua edição de 29 de Abril deste ano, uma vez que cobriu uma manifestação de alguns alunos em Coimbra, cidade onde já no ano que vem, dois cursos vão avançar com o Processo de Bolonha, "Este ano, em Coimbra, já vão avançar duas licenciaturas com base no Processo de Bolonha - Psicologia e Engenharia Informática -, o que incomoda quem já anda a tirar o curso porque se questiona sobre a qualidade do ensino e sobre as perspectivas futuras para arranjar um emprego, dado que grande parte dos desempregados em Portugal são licenciados em cursos com um grau de qualidade muito elevado." A contestação é geral e a palavra de ordem foi, "Este Governo não tem educação". [2]
Apesar de ser verdade que o Processo de Bolonha está em vias de ser implementado, sinto-me na “obrigação” de fazer uma breve contextualização, visto que acredito que nem todos saibam o que é “Bolonha”.

“Em Junho de 1999 os Ministros da Educação de 29 Estados Europeus, entre os quais Portugal, subscreveram a Declaração de Bolonha que contém, como objectivo claro, o estabelecimento, até 2010, do Espaço Europeu de Ensino Superior, coerente, compatível. Competitivo e atractivo para estudantes europeus e de países terceiros.” [3]


As linhas de acção do Processo de Bolonha são:

1. Adopção de um sistema de graus comparável e legível;
2. Adopção de um sistema de Ensino Superior fundamentalmente baseado em dois ciclos;
3. Estabelecimento de um sistema de créditos;
4. Promoção da mobilidade;
5. Promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade;
6. Promoção da dimensão europeia no Ensino Superior;
7. Promoção da aprendizagem ao longo da vida;
8. Maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições de Ensino Superior;
9. Promoção da atractibilidade do Espaço Europeu do Ensino Superior;

Nos dias que correm, penso que uma pessoa só beneficia de uma possível mobilidade. O Processo de Bolonha vem-nos dar a possibilidade de conhecer outras culturas, estudar noutros locais e beneficiar da troca de pensamento com outras pessoas. Tudo isto, com a garantia que o sistema de ensino não nos prejudicará, ou seja, teremos as mesmas disciplinas e o mesmo sistema de avaliação aqui, ou no estrangeiro.

“A mobilidade constitui, por si só, uma fonte de aprendizagem; o contacto com regiões diversas e com as diferentes realidades linguísticas, culturais, sociais e religiosas, representa um contributo decisivo para a dimensão europeia, para a educação para a cidadania e para o desenvolvimento.”[4]

Creio que a nível pessoal, só vamos beneficiar com uma mudança a este nível. No entanto, como em todas as mudanças, não será fácil habituarmo-nos a um sistema de ensino totalmente diferente. Não posso deixar de referir que uma redução dos cursos não será obrigatoriamente sinónimo de maior empregabilidade. O facto de sermos licenciados mais cedo não quer dizer que estaremos mais qualificados e com melhores perspectivas de emprego.
Ao nível do mercado de trabalho, sou da opinião que é um sistema totalmente inovador que torna o indivíduo cada vez mais responsável. Estamos às portas da chamada “Sociedade da Informação e do Conhecimento” e a verdade é que é preciso haver mudanças. Temos que nos assemelhar mais à Europa e o primeiro passo para uma integração saudável e eficaz, é começarmos pela educação.

Penso que a chegada do Processo de Bolonha está em perfeita consonância com os temas que temos debatido e estudado na aula. É um processo inovador, criativo e vem ao encontro da união dos vários valores de todas as culturas que nos rodeiam. A verdade é que vivemos num espaço dito “europeu” e a rapidez da informação, assim como os ciclos curtos, são uma constante.
No entanto, as diferenças que existem entre os povos do “velho continente” são inúmeras e é preciso começar a combater essas diferenças, lutando por uma maior homogeneidade, para podermos formar uma Europa mais unida, em perfeita sintonia.

[1] In http://www.territorio.pt/plano_accao_mces.pdf
[2] In http://www.territorio.pt/plano_accao_mces.pdf

quinta-feira, maio 04, 2006

A caminho do 3 de Junho!

O motivo deste post é a escolha do tema para o seminário do dia 3 de Junho da cadeira de Sociologia da Cultura e dos MDI.

Assim, vou-me debruçar num tema alusivo ao impacto dos media, mais especificamente, da televisão, na vida das pessoas. A ideia é aprofundar a questão da confusão que por vezes existe na cabeça dos indivíduos, especialmente dos mais novos, em confundir a realidade com a ficção. Desta forma, vou basear a minha investigação num exemplo muito recente que abalou a ficção nacional: a morte do actor Francisco Adam, o Dino dos Morangos com Açúcar, série transmitida pela TVI.
Creio que os mais atingidos, não falando em amigos e familiares, foram os mais novos, aqueles que todos os dias olhavam para o actor, apenas e só como o Dino. Quero tentar perceber até que ponto os media são culpados pelo facto dos mais novos dizerem, “morreu o Dino dos Morangos com Açúcar”. A verdade é que não foi o Dino que morreu mas sim, o actor Francisco Adam.

Gostava de saber a vossa opinião sobre o tema que proponho.
Agradeço desde já às pessoas que estão a ler o post.
Ficar-vos-ia muito grata se comentassem e propusessem formas e ideias de abordar o tema em questão.
Muito obrigada a todos. Espero que vos agrade a minha proposta.
Rita Serejo

quinta-feira, abril 13, 2006

Democrática...a Internet??



A Internet é hoje em dia um dos meios mais eficazes para procurar informação. Para quem com ela convive, todos os dias, é difícil imaginar-se sem ela. De facto, a sociedade da informação veio para ficar e a Internet é a sua maior arma. Agora coloca-se uma questão muito importante: será que todos dispomos dessa arma tão importante que é a Internet?
De acordo com o texto de Cees J. Hamelink, Human Rights for the Information Society, “O direito de comunicar deve constituir o núcleo de qualquer sistema democrático” mas, a verdade é que nem sempre é assim e nem todas as pessoas têm acesso à Internet. “Communication is a fundamental social process, a basic human need and the foundation of all social organization” e de facto, assim acontece, sem comunicação não somos nada na sociedade. É através da comunicação que nos entendemos, aprendemos, comunicamos, procuramos informação, cultivamo-nos, socializamos...ou seja, a comunicação é a base a existência social do ser humano e por isso não deve ser limitada. A capacidade de comunicar deveria ser extensível a todos.
Uma das ideias expressas no texto de Hamelink é que o conceito de sociedade da informação é um conceito ilusório. Se analisarmos a questão bem a fundo, ou até mesmo superficialmente, vemos bem que isso é verdade. Com podemos falar em sociedade da informação, se nem toda a população tem acesso à Internet? Impossível e totalmente ilusório.
Em Angola, por exemplo, apenas 1,8% da população tem acesso à Internet. Já nos Estados Unidos da América, raro será o americano que não acede à Internet. Por outro lado, quando falamos de banda larga, Portugal tem um acesso muito limitado, verificando-se que poucos portugueses acedem, hoje em dia, à banda larga.
São estes os contrastes que o mundo nos apresenta...são estes os dados que nos escandalizam...são estas as informações que temos e que nos levam a repensar a tão chamada “sociedade da informação”.
Acredito plenamente em melhoras e acredito que de dia para dia, mais pessoas acedem à Internet mas, não acredito que sejamos um dia todos iguais no que toca a acesso à “sociedade da informação”. Somos diferentes e isso expressa-se bem na nossa maneira de viver, aqui, em África, na China, na América, um pouco por todo o globo.

“Artigo 19: Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado por causa das suas opiniões e o de procurar, receber ou difundir, sem consideração de fronteiras, informações ou ideias por qualquer meio de expressão.” [1]

Todo o ser humano tem direito a aceder à informação. No entanto, nem sempre lhe é possibilitado o acesso aos meios de informação. Por isso mesmo, em resposta à pergunta colocada para este post, respondo que não, não acredito que a Internet seja democrática.

Resumindo, não acredito na democratização da Internet porque:
  • Nem todos os seres humanos acedem à Internet;
  • Nem todas as pessoas têm computador;
  • A banda larga existe em poucos países (EUA, sempre na frente);
  • Grande hegemonia de servidores nos Estados Unidos da América;
  • Nem todos se informam, comunicam ou pesquisam através da Internet;

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO??ONDE??
Não sei até que ponto podemos falar em Sociedade da Informação mas em Internet democrática, certamente não podemos. Quando todos acedermos da mesma maneira à Internet ou, pelo menos, da maneira mais semelhante possível, então aí sim acredito que a Internet possa ser democrática. Isto porque, possibilitará a todos uma participação activa em determinadas questões e o usufruto exclusivo dos benefícios da Internet. Nessa altura, estaremos todos globalizados e imersos na Sociedade da Informação.

[1] http://www.amnistia-internacional.pt/sobre_ai/dudh/dudh2.php

domingo, março 26, 2006

Criatividade: perigo ou vantagem?

Pode ser-se demasiado criativo?

Nos dias que correm, muitas vezes a média que nos assombra durante quatro anos, passa para segundo plano. A criatividade nas empresas e na vida de todas as pessoas, é uma característica cada vez mais importante.
Imersos na era da tecnologia, as empresas têm uma necessidade imensa de valorizar o capital humano da organização, apostando cada vez mais nos indivíduos e seu conhecimento.
Temos cada vez mais necessidade de nos adaptarmos às novas tecnologias para podermos obter o lucro tão desejado das empresas.

É onde entra então a criatividade?

Quanto mais criativo se for, mais hipóteses temos de fugir à norma e adaptarmo-nos àquilo que vai emergindo.
Na conferência do dia 15 de Março de 2005, o Professor Paulo Amaral falou-nos de tecnologia e conhecimento e da importância de nos adaptarmos às novas tecnologias que cada vez ocupam um papel mais preponderante.
Um dos exemplos focados pelo professor, foram as tecnologias de GrupoR, que dão possibilidade às pessoas de seguirem uma discussão e entrarem nela se entenderem. Este é um dos exemplos onde podemos constatar a importância da criatividade, a importância de criarmos os nossos argumentos e entrarmos ou não numa discussão.
No entanto, tecnologia e homem têm que caminhar nos mesmos sentidos e juntos. Isto porque, como disse o Doutor Paulo Amaral, “A tecnologia tem um potencial de mudança sim, mas se nós também mudarmos”.

De que vale ter muita tecnologia se não soubermos lidar com ela?

É aqui que a formação dos nossos indivíduos e a sua criatividade ganham o seu lugar. A empresa tem que ter tecnologia sim mas, tem também que saber lidar bem com ela.
Nos dias que correm e para sermos criativos, o conhecimento tem que ocupar um lugar preponderante.

O que é então o conhecimento?

É importante para aprender. Quanto mais soubermos maior é a nossa capacidade de acção. Quanto mais souber, melhor comunico. Adquiro conhecimento pela aprendizagem.
No que diz respeito à gestão do conhecimento, é importante dizer que o conhecimento explícito, know about/that, não é possível de verbalizar. O conhecimento implícito, know how, diz respeito à experiência, ao conhecimento prático e está intimamente ligado às pessoas dentro da organização.
O objectivo das empresas é proporcionar conhecimento nos seus colaboradores e apostar na partilha desse conhecimento, para que o know how permaneça na empresa.

Como conseguimos que se partilhe conhecimento numa empresa?

· Através da rotação das tarefas;
· Formação de equipas multifuncionais;
· Aprendizagem permanente;
· Partilha de uma mesma cultura organizacional;
· ncentivar a partilha de conhecimento entre colaboradores;

Por outro lado e tendo em conta as palavras do Doutor Paulo Amaral, “mais importante que gerir tecnologia, é gerir aprendizagem e a gestão das pessoas nas empresas”.

Como é que isto será possível?

· Através da aprendizagem em grupo;
· Utilizar a tecnologia na aprendizagem em grupo;
· Incentivo às pessoas a aprender do ponto de vista pessoal (motivação) e organizacional
(a nível emocional podemos ou não aprender mais com os outros?);
· Gestão do processo de aprendizagem;

Podemos ou não ser criativos?

Penso que sim. Mas concordo com o que disse o Professor Paulo Amaral. As pessoas são de facto o mais importante numa empresa. “A gestão do conhecimento e a aprendizagem partilhada, são cada vez mais importantes. Sem conhecimento a tecnologia não tem valor”. É óbvio que nos dias que correm e com as facilidades que nos são disponibilizadas, podemos dar “asas à nossa imaginação” e ser cada vez mais criativos. No entanto, é importante termos em consideração que essa criatividade é muitas vezes conseguida através dos métodos atrás descritos e não só individualmente.
No entanto, penso que a criatividade que hoje temos pode ser perigosa. Os atentados que ocorreram nos anos anteriores, nomeadamente, o 11 de Setembro de 2001 e o 11 de Março de 2004, evidenciam e bem, o poder da tecnologia e da criatividade contra o ser humano. Só mentes demasiado criativas podem ter capacidade de criar redes de terror à escala mundial.
Termino com uma questão simples: valerá ou não a pena ser-se criativo?

quinta-feira, março 23, 2006

5º Congresso da CAIS

Por um Jornalismo Social!



Durante três dias, a Fundação Luso-America, situada na Lapa, recebeu ilustres convidados e convidadas que se deslocaram até lá, em busca de uma verdade que talvez não exista. O jornalismo social, na opinião de muitos é uma utopia, uma ilusão. Para outros, é o jornalismo da “Caras” que tem como personagem principal, Lili Caneças. O que é afinal o jornalismo social?
De entre os mais ilustres convidados, O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, com os seus dotes de comunicação bem destacados, fez valer a sua opinião em poucas palavras, “O Jornlismo Social engloba uma responsabilidade social da opinião pública”. No seu discurso de cerca de trinta minutos, o ministro limitou-se a defender o jornalismo social, aquele praticado pela Cais e que visa essencialmente chamar o cidadão à razão no que toca a responsabilidades sociais.
Joaquin Vieira, presidente do Observatório de Imprensa, trouxe-nos à mesa o assunto da agenda dos media. Aqui a ideia ficou-nos mais clara e é de facto, aquilo que acontece nos dias que correm, “a informação social não tem lugar de destaque na agenda dos media”, ou seja, a vida dos famosos é aquilo que dá audiências às cadeias de televisão e citando Pedro Coelho, jornalista da SIC, “nós trabalhamos para uma empresa e essa empresa tem que ter lucro senão o nosso trabalho de nada vale”. Joaquim Vieira apelou ainda à clara distinção que os meios de comunicação devem fazer, no que toca a interesse público e interesse do público.
Carlos Andrade, director-geral de publicações da Global Notícias, chamou-nos a atenção para o facto do nosso jornalismo, “a nossa comunicação social” ter “grandes falhas na cobertura de questões de fundo".
Emídio Rangel, apresentou-se, apesar de muito atrasado, um defensor do jornalismo que se pratica em Portugal. Optimista e com espírito crítico, tentou passar aos jovens a importância de lutarem por uma Ordem dos Jornalista, afirmando que "o sindicato tem um papel mais apagado e poucas jornalistas se deslocam até lá”.
Luís Osório, director das Rádios do grupo Media Capital, provocou uma troca de palavras mais fortes entre oradores. Defensor da nossa geração e dos valores que nos foram e são hoje transmitidos, defende que a sociedade é como é porque “os nossos pais nos educaram assim”. Seguro de que a culpa não é só dos jovens, apelou à consciência dos oradores mais velhos afin de assumirem a culpa do que se passa hoje em dia.
Em resposta a tais “agressões”, Óscar Mascarenhas defende que os jovens devem ter um papel mais activo na sociedade, o que se deveria reflectir na participação activa em eventos sociais, associações culturais, desportivas, partidárias, entre outras. Defende o Sincato dos Jornalista, talvez porque tenha sido presidente durante nove anos, não acreditando por isso, na eficácia de uma Ordem dos Jornalistas.
O privilégio de ouvir personalidades do nosso meio de trabalho, levou-nos a querer participar neste congresso. De facto, foi um honra poder ouvir vozes sábias e com experiência no jornalismo dos dias de hoje.
Vicente Jorge Silva, jornalista e colunista do Diário de Notícias, “acordou” a plateia com a sua boa disposição e sabedoria, falando-nos do "jornalismo como fim em si mesmo”. Defende que o jornalista deve ser objectivo, acreditando na objectividade pura, valor que vai contra os ensinamentos que nos transmitem nos meios universitários. Sabedor mas pouco optimista, Vicente Jorge Silva, não confia na situação existente, afirmando existir uma “generalização do formato tablóide, tanto a nível de formatos como de conteúdos”. “As televisões dominam a imprensa e por isso mesmo, a imprensa vai atrás das audiências da televisão”. Para o jornalista, vemos hoje em dia, que há uma generalização da degradação dos padrões éticos e esta falta de responsabilidade tem que ser assumida pelo próprio jornalista.
Gostaria de deixar um agradecimento à Professora Carla Ganito, por nos ter possibilitado a ida ao 5º Congresso da CAIS. Foi um experiência muito positiva e um prazer ouvir todos os intervenientes. Tiro destes três dias uma simples conclusão: a ouvir outros jornalistas com mais sabedoria, é que aprendemos de facto, o que é o jornalismo e o que é ser jornalista nos dias que correm.

sábado, março 11, 2006

Que papel tem Portugal na Sociedade da Informação?

No passado dia 1 de Março de 2006 tivemos oportunidade de ouvir o Engenheiro Roberto Carneiro sobre o papel de Portugal na Sociedade da Informação.
Não é novidade para ninguém que estamos em plena “Era das telecomunicações e da tecnologia”. E também não é segredo para ninguém que nem todos os países têm a mesmas facilidades, nem os mesmo benefícios, no que diz respeito a este tema.
De facto, é evidente uma preocupação elevada da Europa com a sociedade da informação, nomeadamente, em campos como:
· Competitividade
· Economia
· Mobilidade
· Preocupação com a vigilância e segurança
· Contacto físico (que ainda hoje é muito importante)
· Modelo europeu como modelo social (solidariedade, comunidade, sentido de cultura)
A Europa e a América sempre foram alvo de comparação. Assim, há diferenças entre europeus e americanos e uma das mais sublinhadas, pelo Doutor Roberto Carneiro, foi a questão das oportunidades na Europa e na América para imigrantes. Enquanto que na América os imigrantes têm a possibilidade de mobilidade ascensional (todos podem ascender ao topo), na Europa isso não acontece e deparamo-nos cada vez mais com médicos ucranianos ou eslavos a fazer trabalhos na construção civil (mobilidade horizontal). É verdade que somos “bombardeados” por todo este tipo de informação todos os dias mas a verdade é que nunca nos sentamos, de facto, a pensar na realidade dramática que nos atinge todos os dias.
Jeremy Rifkin, autor da obra “The end of work”, explica na sua obra o valor da comunidade sobre o indivíduo, o valor do desenvolvimento sustentável, o valor dos direitos humanos e da cooperação global e é aqui que nós somos diferentes dos americanos. Para o bom ou para o mal? Fica ao vosso critério!
Para Portugal poder ter um papel relevante na Sociedade da Informação, é importante ter em conta o contexto em que vivemos, mais precisamente, a Europa que nos acolhe todos os dias, a toda a hora.
O desenvolvimento de inúmeros programas a nível nacional e europeu, têm-nos feito pensar acerca das possibilidades que temos ou não na Sociedade da Informação, como por exemplo, a Agenda de Lisboa, o eEuropa 2000, o eEuropa 2005 e o programa i2010.
A verdade e como o Doutor Roberto Carneiro afirmou, temos que ter uma série de requisitos que ainda não temos. Nem nós, nem talvez a Europa. Falo especificamente do programa i2010 que visa essencialmente: criar um espaço único europeu de informação, inovar e investir na investigação, apoiando as empresas em novos projectos e programas de inclusão, ou seja, queremos uma sociedade mais justa, sem fracturas sociais e onde todas as pessoas tenham as mesmas possibilidades. Ilusão? Talvez não. É possível atingir estes objectivos. Temos é que trabalhar todos no mesmo sentido!
Penso que Portugal tem bons empresários, pessoas empenhadas e com iniciativa e empresas inovadoras. É verdade que há empresas que já “não servem” e é aí que Portugal tem que investir, na “destruição criativa” das empresas que já não produzem. É importante investir em novos conteúdos, em novos programas e aí temos pessoal que nos pode ajudar. Por outro lado, e como o Engenheiro Roberto Carneiro referiu, a língua portuguesa é falada por milhões de portugueses espalhados por todo o mundo e é importante que tenhamos consciência disso, porque a língua é uma grande ferramenta no que toca a investimentos. A comunicação é cada dia mais importante e a língua é a sua principal ferramenta.
Em Portugal, temos boas empresas como por exemplo a Portugal Telecom, a Sonae que agora expande os seus investimentos à zona da Península de Tróia. Por outro lado, os bons empresários também andam pelos nosso mercados e um bom exemplo é o Engenheiro Belmiro de Azevedo.
Em suma, temos as base, as ferramentas mas talvez nos falte a atitude. Portugal não é um país de Terceiro Mundo e tem, como qualquer outro país, possibilidade de se expandir nos mais diversos campos. Importa termos consciência das nossas capacidades e investirmos na formação de pessoas que nos possam ajudar a crescer. O facto do português se falar em vários locais do globo é também uma ajuda. Porque não expandir os nosso negócios para outros horizontes?
Portugal tem um papel na Sociedade da Informação, só temos que tentar defini-lo de forma mais clara.

quinta-feira, março 09, 2006

Uma visita ao blog da Cristina Figueira!


Chegados à aula de Sociologia da Cultura e dos MDI, foi-nos pedido que fizéssemos uma avaliação de um blog de outro colega. Tarefa difícil? Talvez não, afinal e como a Cristina Figueira refere e muito bem, no seu primeiro post, "A construção do blog é um modo de reflectirmos e aprendermos também com as opiniões dos nossos colegas sobre os vários temas em questão".
Encontramo-nos numa situação de submissão perante esta máquina? Creio que não e isso fica bem explícito, à medida que analisamos outros blogs de outros colega. É bom aprender de outras formas, é positivo termos modelos de comoparação e é especialmente gratificante aprender com colegas que têm os nosso objectivos e se encontram na mesma situação.
O blog da nossa colega Cristina captou a minha atenção (confesso que não foi fácil escolher entre tantos e de tão agradável leitura), porque está feito de forma simples e com tonalidades muito suaves. Para mim, os blogs com muita informação confundem e dispersam a minha atenção para outros sites ou outros blogs, o que não será seguramente o objectivo. Assim, agradou-me imenso logo que abri o blog, deparar-me com uma tonalidade ligada, "porque não?" às novas tecnologias e ao mundo digital (cinzentos a contrastar com azul, verde água e laranja). Parece que não mas a estética de um blog diz muito da sua frequência.
Por outro lado, e no que diz respeito a conteúdos, os posts estão de agradável leitura e muito acessíveis. Verifica-se que a Cristina tem uma forma de ver os temas muito clara e é isso que nos tenta transmitir à medida que nos faz navegar pelo seu "Digital Revolution".
A ideia dos novos valores em ascensão no mundo de hoje, ficou muito bem expressa no post de dia 28 de Fevereiro. A "Era do Feminino" marca cada vez mais os nossos dias e isso percebe-se porque "A mulher assume hoje um papel novo e fundamental na sociedade, e este facto reflecte-se numa linguagem inovadora e mais voltada para as mulheres". Cada vez mais nos deparamos com tendências de consumo e marketing mais ligadas às mulheres e como a Cristina afirma e muito bem, "O Marketing actual aposta «cor de rosa», porque as mulheres não assumem apenas um papel, hoje são mães, profissionais, companheiras e por isso mesmo é a elas que cabe as maiores decisões de consumo".
Do seu primeiro post, ficou na minha cabeça uma frase que para mim foi muito bem escolhida: "a cadeira Sociologia da Cultura e dos MDI nos irá ajudar não só a sermos cidadãos e futuros profissionais de Comunicação mais críticos e atentos a estes pontos, assim como certamente nos ajudará a reforçar a nossa percepção da realidade". Que assim seja!
Penso que nos faz pensar a todos se lermos os posts uns dos outros. É curioso depararmo-nos com perspectivas diferentes das nossas sobre temas que também nos agradam e sobre os quais também nos debruçámos.